O prefeito de Maricá Washington Quaquá anunciou nesta quarta-feira a exoneração imediata de Rodolfo Belém, servidor comissionado da Defesa Civil, após a divulgação de um vídeo em que ele sugere a criação de um grupo de segurança privada com características semelhantes às das milícias.
No vídeo publicado no dia anterior, Belém afirma ter a intenção de formar um grupo para realizar patrulhamento em Ponta Negra, região litorânea do município. Segundo ele, o objetivo seria combater o crime organizado. A proposta, no entanto, causou ampla repercussão negativa, uma vez que a Constituição Federal determina que a atividade de policiamento ostensivo é de competência exclusiva das forças de segurança pública do Estado.
Após a reação nas redes sociais, Belém tentou recuar, publicando outro vídeo onde afirmava que o grupo teria apenas a função de vigilância e que acionaria as autoridades em casos de suspeita de crimes. Ainda assim, a declaração inicial foi considerada grave pela administração municipal.
O prefeito foi categórico ao comunicar a decisão: “Determinei a imediata exoneração do servidor comissionado Rodolfo Belém após tomar conhecimento de vídeo em que este sugere a criação de um grupo semelhante a uma ‘milícia’ para atuar fazendo ‘justiça’ e ‘segurança’ de forma privada e ilegal, a exemplo das milícias”.
Quaquá reiterou que a cidade de Maricá não admite a formação de grupos armados paralelos, sejam eles ligados ao tráfico de drogas ou a milícias. “Em Maricá não toleraremos domínio armado pelo tráfico e também pelas milícias”, enfatizou.
A Prefeitura também destacou que tem investido na segurança pública por meio de ações legais e estruturadas, como a legalização da brigada armada da Guarda Municipal e parcerias com forças estaduais e federais no enfrentamento ao crime organizado. Segundo o prefeito, a exoneração de Belém tem caráter pedagógico e visa reafirmar o compromisso com os princípios que regem a administração pública. O caso será encaminhado às autoridades competentes para apuração.