Uma operação conjunta do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio de Janeiro (GAECO/MPRJ), Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ) e Polícia Civil, deflagrada na manhã nesta terça-feira, 24, resultou na prisão de dez integrantes de uma associação criminosa especializada em roubo de cargas na Baixada Fluminense, entre eles, um ex-policial militar. A ação, que visa cumprir 16 mandados de prisão e dez de busca e apreensão teve desdobramentos em diversas cidades do estado, incluindo Armação dos Búzios, mirava principalmente a empresa de cigarros Souza Cruz.
A investigação, intitulada Operação Torniquete, revelou que a quadrilha agia de forma organizada, com divisão de tarefas e alianças com traficantes locais. Entre os anos de 2019 e 2020, foram registrados pelo menos 15 roubos de cargas de cigarro, totalizando um prejuízo estimado em R$ 3 milhões para a Souza Cruz.
De acordo com as investigações, a quadrilha contava com um informante dentro da Souza Cruz, que repassava informações privilegiadas sobre as rotas e horários dos caminhões. Após os roubos, a carga era levada para comunidades controladas por traficantes, onde era distribuída ou armazenada.
As ações da quadrilha não se limitavam aos cigarros. As investigações apontam que o grupo também estava envolvido em roubos de alimentos, compras on-line, eletrodomésticos e veículos.
A operação, além de Duque de Caxias, São João de Meriti e Itaboraí, na Baixada Fluminense, também teve mandados cumpridos na capital (Barros Filho e Bangu) e em Armação dos Búzios, demonstrando a ampla atuação da organização criminosa.
As provas apresentadas pelo Ministério Público incluem trocas de mensagens entre os criminosos, nas quais eles planejam os roubos e discutem a divisão da carga. Os áudios analisados pela Civil mostram conversas que mencionam a intenção de levar o motorista de um dos roubos para a Comunidade Nova Holanda e que teriam 45 minutos para descarregar a carga.
As investigações também revelaram a aliança entre os denunciados e traficantes, estabelecendo que parte da carga seria entregue à “boca” para garantir a entrada dos produtos roubados naquela localidade. Em outras gravações, eles discutem a necessidade de uma van para transportar a carga roubada.
O GAECO/MPRJ denunciou os 16 integrantes da quadrilha por associação criminosa armada. Quatro dos procurados já estavam presos em Bangu.