A família da senhora de 73 anos, Nádia Maria de Souza Almeida, de Trajano de Moraes, foi surpreendida ao saber que a idosa, debilitada por consequência de um AVC, está inscrita na lista de candidatos à vereadores da cidade nas eleições 2024, com o nome Nadia Maria. O registro foi feito pelo partido Progressistas (PP).
Segundo acusação da família, o Partido registrou a candidatura da idosa sem consentimento para atingir cota de gênero. A família, representada pelo filho de Nádia, Mauro Sergio de Souza Ribeiro, e pela neta Maria Helena, fez a denúncia no Ministério Público. “Nádia Maria de Souza Almeida foi inscrita como candidata a vereador pelo partido
PP de Trajano de Moraes. sendo que ela tem 73 anos de idade e tem a incapacidade física concernente a uma debilitação decorrente de um AVC, desde 2011, possuindo uma cuidadora. Apenas saindo para ir ao médico, tanto que até a fisioterapia ela faz em sua própria casa, não tendo para o declarante, como realizar a campanha de uma candidata a vereadora; que representantes dos partidos PP e Cidadania foram até a casa de sua genitora e pegaram a assinatura para que ela fosse candidata, sem a presença da cuidadora e de nenhum filho, acreditando que seja apenas para cumprir a cota de gênero; que o declarante afirma que sua mãe não tem condições alguma de realizar campanha nem de ir votar, temendo quaisquer problemas quanto a alguma sanção ou até prestação de contas”, parte do trecho da acusação.
Ao RJI, a neta Maria Helena ressaltou que representantes do partido agiram de má fé, pois sabem a realidade da avó. “Estamos revoltados com a forma suja que foi feita a abordagem. Ela assinou a candidatura conscientemente, ela sofreu um AVC anos atrás, tem deficiência e dificuldade pra andar, se vestir e todas as necessidades de higiene pessoal. Ela usa fralda e tudo. Sem informar nenhum filho ou neto sobre a intenção, tendo em vista que meu avô tem 89 anos. Tem a mente de uma política antiga e não tem noção do problema que pode dar na prestação de contas. Quero ressaltar ainda que o que eles fizeram não foi ilegal, foi imoral”, lamentou.
Diante do fato, o Ministério Público pediu para o Oficial de Justiça diligenciar na residência da idosa para atestar os fatos citados na denúncia. O processo será julgado pelo juiz Dr. Wycliffe de Melo Couto da 51ª Zona Eleitoral.