Morreu na madrugada deste domingo, 23, a segunda vítima da explosão de uma lancha em Cabo Frio. Aleksandro Leão Vieira, de 36 anos, estava internado no Hospital Estadual Roberto Chabo (HERC), em Araruama, desde segunda-feira, 17, mas não resistiu aos ferimentos. Na sexta-feira (21), o paciente havia apresentado estado de saúde estável, após passar por cirurgia, mas teve piora significativa logo depois.
Há dois dias, outro ocupante da lancha, um menino de 4 anos, também morreu em decorrência do acidente. A criança teve 100% do rosto queimado e estava internada no mesmo hospital que Aleksandro. Assim como o menino, a segunda vítima fatal da explosão também era natural do Espírito Santo, e estava em Cabo Frio a passeio junto com sua família.
A explosão deixou outras oito pessoas feridas, incluindo um bebê, outra criança e uma mulher grávida. De acordo com Leandro Zerbone, de 26 anos, pai do menino que morreu na sexta-feira (21), a explosão aconteceu logo após o abastecimento do barco.
“O rapaz parou para abastecer a lancha. Nós íamos dar um passeio em Arraial do Cabo e no momento nós estávamos em Cabo Frio. Na hora que foi dar a partida, explodiu no momento. Eu e mais dois colegas caímos na água porque estávamos muito perto do fundo da lancha. O restante do pessoal ficou dentro porque não tinha para onde correr. O pessoal que estava no local para abastecer ajudou a gente. Foi um desespero total”, contou.
Outros feridos
O bebê de 1 ano e 5 meses, que também sofreu queimaduras durante a explosão, segue internado em estado grave no Hospital Estadual Alberto Torres (Heat), em São Gonçalo, na Região Metropolitana. O menino chegou em um helicóptero na unidade na última segunda-feira (17).
Ainda no hospital, com quadro estável estão Nayara Tauslane Andrade, de 22 anos, Caroline Pimentel, 28 anos, e uma menina, de 5. Já no Hospital Estadual Azevedo Lima, em Niterói, também na Região Metropolitana, está Letícia Sampaio, de 26 anos. Ela está grávida de três meses e fez aniversário na terça-feira (18). Seu quadro é considerado estável.
Marinha investiga o caso
A Marinha instaurou um Inquérito Administrativo sobre Acidentes e Fatos da Navegação (IAFN) para apurar causas, circunstâncias e possíveis responsabilidades sobre o incidente. Segundo a corporação, militares da Delegacia da Capitania dos Portos em Cabo Frio (DelCFrio) enviaram uma lancha e uma moto aquática ao local para auxiliar as vítimas no dia da explosão. A Marinha ainda destacou que não foi constatada poluição hídrica ocasionada pela embarcação acidentada, identificada como “Eye Sea”.
Quando o inquérito for finalizado, o mesmo será encaminhado ao Tribunal Marítimo, que fará a devida distribuição e autuação, o qual dará vista à Procuradoria Especial da Marinha, para que adote as medidas previstas.