Em Cabo Frio, três policiais civis são alvos de uma operação do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) e Corregedoria de Segurança e Inteligência (CSI) do órgão. A ação, iniciada nesta terça-feira, 20, visa cumprir mandados de busca e apreensão contra os agentes que estão ou já foram lotados na 126ª Delegacia de Polícia (126ª DP) e na Delegacia de Atendimento à Mulher (DEAM) de Cabo Frio. Eles são acusados de integrar um esquema de cobrança de propina de estabelecimentos voltados à exploração de jogos de azar e casas de prostituição da região.
Segundo o MPRJ, um dos alvos foi preso na cidade de São Pedro da Aldeia. Com ele, além de arma sem registro, foi encontrado com cerca de R$ 378 mil em espécie dentro de casa. O policial preso alegou que o dinheiro era de um mercadinho de um familiar. Ele foi levado para a Corregedoria Geral da Polícia Civil, no Rio de Janeiro.
Contra os outros dois policiais, houve cumprimento de busca e apreensão de celulares na casa dos suspeitos, uma em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense; e outra no bairro do Pechincha, na Zona Oeste do Rio.
Os nomes dos suspeitos não foram divulgados. A ação contou com a atuação de três promotores, um para cada alvo.
As investigações começaram em novembro de 2022, quando o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ) deflagrou a Operação Fim de Linha, para desarticular a máfia da contravenção penal, sendo denunciados, na ocasião, policiais civis lotados na Deam do Centro do Rio de Janeiro.
Os agentes integrariam uma organização criminosa criada para cobrar propina de estabelecimentos voltados à exploração de jogos de azar e casas de prostituição.
A partir da apreensão de um aparelho de telefone celular, o MPRJ conseguiu obter indícios de crimes de corrupção e associação criminosa. Diversas mensagens trocadas entre o policial e empresários de Cabo Frio foram analisadas, revelando supostas extorsões realizadas pelo trio em 2021, período em que os outros dois policiais estavam lotados na Deam Cabo Frio e na 126ª DP. Segundo as investigações, as mensagens deixam claro que os três policiais utilizaram suas posições para exigir propina de empresários sediados em Cabo Frio.
O caso segue em segredo de Justiça.