Uma criança de 04 anos morreu por negligência médica, em Macaé, segundo familiares. A menina identificada como Sarah Ferreira Gomes apresentou sintomas como diarreia, vômito e febre, no início da última semana. A mãe, Hélia Ferreira Flores, 41 anos contou ao RJ Interior que chegou a levar a menina ao Pronto Socorro do bairro Aeroporto, porém o médico não realizou nenhum exame e logo passou antibiótico, remédio para vômito e dipirona.
Com a medicação, Sarah foi apresentando quadro de melhora, conseguiu ir à escola, brincou com os coleguinhas, mas, na terça-feira, 20, a febre voltou. Na quarta, o médico realizou o exame no queixo para verificar a possibilidade de meningite, mas deu negativo.
Hélia conta ainda que solicitou o exame de sangue, mas o doutor recusou e acrescentou que a unidade não realiza o exame. À noite, Sarah sentiu fortes dores no abdômen e seus pais correram com ela para a UPA da Barra, seguindo para o HPM. No local, foi informado que Sarah estaria com infecção generalizada, vindo a falecer na manhã de quinta-feira, 22. A Certidão de Óbito consta a causa da morte como choque séptico, septicemia e febre de origem desconhecida.
“Minha filha era muito saudável, não passava mal e nunca foi ao hospital, exceto para nascer e para morrer. Só fui saber o motivo verdadeiro da morte depois de sepultar minha filha, que estava com dengue hemorrágica”, desabada a mãe. “Nossa indignação foi desde o primeiro atendimento. Como passa antibiótico sem fazer um exame se sangue antes, isso só foi escondendo a dengue que ninguém sabia. E na quarta pela manhã quando retornei ao posto, o mesmo médico falou que não fazia exame de sangue, ele me falou que não iria adiantar fazer porque tinha que esperar três dias, apesar de eu ter relatado de todo o episódio da semana passada. O que peço é que antes de passar antibiótico se faça um exame, antes de passar medicamentos fortes. E no HPM, estava grave sim, mas estável, intubaram com nossa autorização com dosagens fortíssimas de antibióticos para meningite e ela não suportou. Houve ainda discussão entre membros da equipe médica, uma profissional era a favor de intubar, outra não. Eu vi. Perdemos nossa joia rara”, conclui.
Por nota, a Prefeitura Municipal respondeu ao RJ Interior sobre o caso: “Primeiramente, lamentamos o falecimento da paciente em questão, nos solidarizamos com os familiares e amigos, porém informamos que não houve nenhuma negligência pelos profissionais das Unidades de Saúde supramencionadas. Informamos que a paciente, acompanhada de sua mãe Hélia Ferreira, deu entrada no Pronto Socorro do Aeroporto no dia 21/09/2022, às 10:54, no setor de Pediatria. Foi prontamente atendida e avaliada pelo pediatra plantonista, realizando anamnese e exame físico, não apresentou qualquer quadro característico, segundo o Boletim de Atendimento Médico, sendo liberada após ser medicada e orientada. Importante ressaltar que todas as condutas cabíveis foram tomadas. Diante do exposto, vê-se um quadro súbito, grave, e posterior condução ao HPM. Na situação, podem ser levantados diversos diagnósticos diferenciais. As condutas realizadas desde o atendimento na emergência pediátrica não foram equivocadas, sendo o desfecho desfavorável, provavelmente, não passível de mudança neste caso”.