Um ex-funcionário de um supermercado atacadista de Cabo Frio, que prefere não se identificar, denunciou o estabelecimento após ficar duas horas trancado, sob a mira de vigias, em uma sala do local. O caso aconteceu no Assai Atacadista no começo de 2020 se tornou um caso na Justiça.
O colaborador foi designado por um superior para organizar uma área onde são guardados produtos de valor financeiro mais elevado, como bebidas, cigarros e outros, “o que já é algo pouco comum”, de acordo com a denúncia.
Quando estava dentro do local, que se assemelha a uma jaula com grades de ferro, ele foi trancado e impedido de sair, sendo vigiado constantemente por um segurança. A vítima ficou cerca de 2h30 no local incomunicável, sem qualquer alimento ou água, impedido, inclusive, de fazer as atividades fisiológicas, já que não havia banheiro e teve a saída proibida pelo segurança que o escoltava. O trabalhador só foi liberado após muita insistência dos próprios colegas do supermercado.
O ex-funcionário acredita que o superior tenha trancado ele lá de propósito, como punição. Ele conta que o Assaí de Cabo Frio tem por hábito “forçar” pedido de demissão dos trabalhadores, para “economizar nas rescisões”.
O rapaz foi desligado da empresa e entrou com ação trabalhista contra a mesma. Ele ainda acredita, que a situação se trata de racismo estrutural, já que o ex-colaborador é negro e sofreu uma perseguição enquanto esteve trabalhando no local.